De 8 a 11 de junho próximo vindouro, pela décima sétima vez o município piauiense de Pedro II, 195 km da capital Teresina, será sede do maior evento musical e turístico do estado. Criado em 2004, o festival quase atinge a sua maior idade e entre erros e acertos, a soma desses últimos sai no lucro.
O município de Pedro II, fundado oficialmente em 1854, notabilizou-se ao longo das décadas pela produção de algodão, da rede, da opala e, mais recentemente, é palco do festival acima mencionado. Dessa forma, podemos dizer que o município possui pelo menos quatro ‘títulos’: ‘Terra da Rede’, ‘Suíça Piauiense’, ‘Terra da Opala’ e, nos últimos anos também, ‘Terra do Festival de Inverno’.
Contamos um pouco dessa história no jornal local “Minha Terra Nossa”, distribuído gratuitamente na noite de lançamento da primeira edição do festival, em 2004, na gestão Dr. Carlos Braga. Posteriormente, escrevemos um livro onde há um texto que fala da origem do festival (O Festival de Inverno de Pedro II e Outras Histórias).
Na verdade, o município de Pedro II sempre esteve em destaque no que tange à cultura. Desde os anos 1920 até à atualidade é possível fazermos, década após década, um levantamento dos produtores e fazedores de cultural em todas as manifestações artísticas. O Festival de inverno, em nossa opinião, seria o coroamento dessa tendência cultural (associada às potencialidades naturais e ao clima ameno) que o município sempre teve.
O Festival seria, assim, o mais recente ciclo econômico do município, diferente dos demais ciclos, uma vez que sua interface mais importante é a cultural e não propriamente um produto, como o algodão, a rede, a opala, por exemplo. Sobre isso também estamos escrevendo um longo artigo.
Nesse ponto do texto, deixamos bem claro que duas pessoas têm seus nomes diretamente ligados à criação do Festival de Inverno de Pedro II (FIPII): Eduardo Mourão e Júlio Medeiros. A partir desses dois, foi que tudo o mais começou a girar e a gerar o que viria a ser o festival.
Nomes de peso da música nacional e internacional já passaram por Pedro II durante o Festival de Inverno: Gal Costa, Jorge Ben Jor, Hermeto Pascoal, Frejat, Maria Gadú, João Bosco, Zélia Duncan, Armandinho, Staley Jordan e muitos outros.
Para este ano de 2023 teremos: Duda Beat, Alice Caymmi, Anavitória, Seu Jorge, Os Gilsons, Frejat, Flávio Venturini, Lagum e Chico Cesar como atrações nacionais. Teófilo e Top Gun são as atrações estaduais e a Banda Retrô, a representante local.
Voltando às origens do festival, nesse ano o evento ‘Praça do Jazz’ (praça do Recanto) contará com as seguintes atrações: Anderson Nóbrega, Jazz no Fole, Wellington Torres, Tânia Nery, Josué Costa, Rodrigo Eisinger, Ricardo Silveira, Di Steffano, Inácio Botelho, Lívio Nascimento, André de Sousa e Paulo Dantas.
Sebrae, Prefeitura Municipal de Pedro II, Governo do Estado do Piauí, Secult são os realizadores do evento, que ainda conta com patrocinadores e apoiadores.
O lançamento estadual da décima sétima edição do FIPII aconteceu neste 24 de maio no Palácio de Karnak, Teresina, e contou com as presenças da prefeita de Pedro II, Betinha Brandão, e do governador Rafael Fonteles, secretários, políticos e populares. Sexta-feira, 26 de maio, 19 h, haverá o lançamento na cidade de Pedro II, no Mercado do Artesão.
Dois anos sem acontecer, devido à pandemia por covid, eis que a 17ª edição do mais famoso festival de música e cultura do estado do Piauí este ano de 2023 vem com tudo, como se diz na gíria. Que venha em paz e que todos o curtamos às pampas!
Ernâni Getirana (@ernanigetirana) é professor, pesquisador, poeta e escritor. É autor, dentre outros livros, de “Lendas da Cidade de Pedro II” , com apresentação do prof. Romero Lima. À venda na Livraria Entrelivros (da Dom Severino, Teresina). Escreve às quintas para esta coluna.
