Após relatos sobre uma campanha que estaria sendo promovida por plataformas de busca na internet e de redes sociais contra o Projeto de Lei da Fake News (PL 2630/20), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, publicou nesta segunda-feira (1º), no Twitter, que a pasta irá apurar a possível ocorrência de práticas abusivas pelas empresas.
Ao fazer o anúncio em sua conta oficial, o ministro compartilhou uma publicação da organização de combate à desinformação Sleeping Giants Brasil, segundo a qual a empresa Google estaria “usando a própria plataforma para atacar a PL e, o Twitter deslogando a conta das pessoas para atrapalhar”.
O líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também disse que irá realizar uma representação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica para a abertura de um inquérito administrativo por possível infração contra a ordem econômica.
Desde a última semana, pesquisadores alertaram para uma campanha da empresa contra o projeto de lei das fake news, que busca regulamentar a atuação das empresas de tecnologia do Brasil, responsabilizando-os por eventuais prejuízos causados por informações falsas impulsionadas pelas plataformas por meio de anúncios.
Nesta segunda-feira, criadores de conteúdo e usuários nas redes sociais também indicaram que a Google tinha incluído mensagens contrárias ao projeto na sua página inicial, em comunicados direcionados a produtores de conteúdo e por meio de anúncios em outras plataformas, como o Spotify.
Conforme o Globo mostrou na última semana, plataformas distribuíram anúncios com críticas ao PL das Fake News. Segundo um relatório produzido pelo NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), conteúdos foram impulsionados com informações falsas sobre o projeto, incluindo a fake news de que a proposta iria banir versículos da Bíblia.
Na última semana, a Google também pagou por anúncios nas redes da Meta (Facebook e Instagram), com links que enviavam o usuário para um texto da empresa com questionamentos ao PL das Fake News. Segundo um relatório produzido pelo NetLab, o Google vem apresentando resultados de busca que favorecem termos relacionados ao projeto.
A plataforma de busca também inclui em sua página inicial uma mensagem contra o projeto de lei, com um alerta de que a proposta iria “aumentar a confusão entre o que é verdade e mentira no Brasil”. Nas redes sociais, criadores de conteúdo também alertaram para o fato de que a Google enviou uma mensagem contra o PL em páginas internas do YouTube.
Fonte: terra.com.br
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