O empresário e herdeiro Thiago Brennand passará por audiência de custódia e será levado a um Centro de Detenção Provisória na cidade de São Paulo, neste domingo (30), depois de ser trazido ao Brasil por policiais federais, na tarde de sábado (29), pelo Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O voo saiu do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.
Segundo apurado pela TV Globo, ele deverá ser levado ao Centro de Detenção Provisória I de Pinheiros. Em nota, o Tribunal de Justiça de São Paulo informou que o preso deve ser apresentado à Justiça até 24 horas após a prisão para audiência de custódia.
O plantão judiciário aos fins de semana e feriados funciona das 9h às 13h. Ele passou a noite na sede da Polícia Federal em São Paulo.
“Aguardamos a apresentação do preso pela Polícia Federal e, por isso, não temos a informação do local. Após a prisão, é a Secretaria da Administração Penitenciária responsável pelo local da prisão”, disse o TJ.
Extradição
A equipe da Polícia Federal responsável por trazê-lo embarcou na madrugada da quinta-feira (27) aos Emirados Árabes. Um delegado, dois agentes da Polícia Federal e um escrivão da Interpol treinado em jiu-jítsu fazem parte do grupo. Brennand apareceu de boné, usando máscara e com as mãos cobertas.
Ele é acusado de estupro, agressão, cárcere privado e ameaça, e foi preso nos Emirados Árabes em 17 de abril.
A Polícia Civil, no entanto, defendia que Brennand fosse custodiado pela corporação assim que chegasse a Guarulhos e, de lá, encaminhado a uma unidade prisional.
Nas redes sociais, Thiago se apresenta com fotos vestindo faixa preta e divulga um suposto diploma de professor de jiu-jítsu formado no Rio de Janeiro em dezembro de 2019.
Ele é acusado de estupro, agressão, cárcere privado e ameaça. Durante a prisão, Brennand resistiu, disse que era inocente e que estava sendo injustiçado.
A inteligência da polícia dos Emirados Árabes agiu rápido porque desconfiou que o empresário fosse tentar fugir para a Rússia, onde o empresário tem amigos e já morou antes da pandemia.
O empresário foi detido em um hotel em Abu Dhabi no dia 17, após ter a extradição autorizada; na ocasião, ele disse que estava sendo injustiçado;
Há cinco mandados de prisão preventiva em território brasileiro contra o empresário, por acusações de agredir uma modelo, sequestrar, tatuar, estuprar uma segunda mulher e estuprar uma jovem e uma miss.
Vítimas com sensação de justiça
Marcio Cezar Janjacomo, advogado que representa 12 vítimas de Brennand, disse que as clientes estão com a sensação de justiça.
“Nenhuma delas estava acreditando mais na Justiça. Estavam desiludidas, porque ‘poxa vida, não prendem, não acontece’, enfim. Estão todas muito felizes com o resultado”, disse.
Lula negociou extradição
No dia 12 de abril, o g1 publicou que a extradição de Brennand seria um dos assuntos abordados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante sua passagem pelos Emirados Árabes.
Após passar pela China, Lula chegou ao país árabe no dia 15. Depois de se encontrar com o presidente local, foi questionado sobre as tratativas da extradição de Thiago Brennand e negou ter discutido o assunto, mas depois confirmou que as autoridades tinham aprovado o pedido.
Fonte: globo.com
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