AI é a sigla em inglês para ‘Artificial Inteligence’ (Inteligência Artificial) e com o recente aparecimento da AI ‘Chat GPT’ “Generative Pre-Trained Transformer”, que traduzindo, fica algo como “Transformador pré-treinado generativo”, o tema nunca esteve tão em evidência como agora.
Do ponto de vista das grandes narrativas, ao ‘tempo do Pai’, sucedeu-se o do filho e a este, iniciado em plena era de aquário (anos 1960), haveria de vir o ‘tempo do Espírito’. Qual nada, diz um famoso cientista, é chegado, isso sim, o ‘tempo das AIs’.
Parece consensual que a nossa espécie, SAPIENS, seja a mais inteligente do planeta Terra. Tomemos por ‘inteligente’ a capacidade de, com base nas experiências passadas, ser capaz de projetar o futuro. Veja que as abelhas e as formigas, por exemplo, continuam construindo o mesmo tipo de ‘casa’ nos últimos milhões de anos. Já os humanos, ‘inteligentes’, não apenas ‘revolucionaram’ o modo de fazer casa, como adaptaram-se a fazer casa em praticamente todas as partes do planeta, além de criarem uma ciência de ‘fazer casas’, a arquitetura.
A Inteligência humana é tão sagaz que é capaz de criar-se a si mesma ou até de ‘criar um criador’. A complexidade do estudo do átomo, a física da Teoria da Relatividade de Einstein, a Mecânica Quântica, a espaçonáutica, a medicina, por exemplo, dão conta de quão capaz é a inteligência humana. Nesse sentido, parece quase lógico supor que os Sapiens chegariam a um dia em que criariam algo à sua ‘imagem e perfeição’ também.
Estudos arquilógicos mostram que o uso de tecnologia pelo ser humano o tornou, para o bem e para o mal, ‘o rei dos animais’. E por tecnologia entendemos como sendo tudo aquilo criado pelo ser humano e que está para além do seu corpo: uma lança, uma flecha, uma bicicleta, um automóvel, um aparelho celular, um computador, um pirulito, etc..
Então, o que aconteceria agora com a eclosão das AIs seria, nada mais, nada menos a ‘criatura’ imitando ao ‘criador’ e, assim, dando vida a seres igualmente inteligentes: as AIs.
Seja como for, boa parte de nossas vidas já é comandada por essas inteligências artificiais. Exames médicos, gerenciamento de redes sociais, monitoramento do espaço, das armas nucleares, o trânsito nas grandes cidades, nossas contas de água e luz, tudo isso e muito mais são exemplos do ‘poder das AIs’. Alguns cientistas defendem, inclusive, que nós, humanos, comecemos a discutir seriamente acerca de como devemos proceder daqui para a frente diante desses novos seres de silício cuja consciência parece prestes a aflorar.
ERNÂNI GETIRANA (@ernanigetirana) é professor, poeta e escritor. É autor de inúmeros livros, dentre eles ‘Debaixo da Figueira do Meu Avô’ (Livraria Entrelivros, Avenida Dom Severino, Teresina). Escreve às quinta-feiras para esta coluna).
