A ministra Cármen Lúcia rebateu comentários de seu colega, Kassio Nunes Marques, durante discussão sobre um caso de fraude eleitoral no Ceará em sessão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) hoje.
O que aconteceu:
O TSE concluiu hoje que houve fraude à cota de gênero pelo Cidadania na eleição de 2020 nas candidaturas para vereador em Itaiçaba (CE). A decisão foi tomada por 4 votos a 3.
Nunes Marques disse ser necessário “ter empatia” e que a candidata em questão foi “abandonada” pelo partido.
Cármen discordou da fala dele e reforçou o desejo das mulheres por respeito: “Entendo quando Vossa Excelência firma, de forma que soa quase paternal, que é preciso ter empatia […] Quando se fala que o partido abandonou, como outrora se dizia que o marido abandonou, coitada. Não queremos ser coitadas, queremos ser cidadãs iguais”.
A ministra disse ainda ser preciso reconhecer a candidata “como pessoa dotada de autonomia, sem precisar ser amparada ou gotejada. Isso é o que nós, mulheres, não queremos”.
O que a gente quer, nós, mulheres, não é empatia, mas respeito aos nossos direitos. Tem que reconhecê-la como pessoa dotada de autonomia, sem precisar ser amparada ou gotejada. Isso é o que nós, mulheres, não queremos. Entendo quando Vossa Excelência firma, de forma que soa quase paternal, que é preciso ter empatia. Sabemos exatamente o que é ser tratada com desvalor. Não é desvalorizando e achando que mulheres são coitadas, porque coitadas não somos, somos pessoas autônomas igualmente e, por isso, quando se fala que o partido abandonou, como outrora se dizia que o marido abandonou, coitada. Não queremos ser coitadas, queremos ser cidadãs iguais.” Cármen Lúcia sobre a participação das mulheres na política