O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) perdeu o controle e correu na direção do colega Marcon (PT-RS) hoje na Câmara após o petista afirmar que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), simulou a facada que sofreu durante a campanha presidencial de 2018, em Juiz de Fora (MG).
O que aconteceu
- Os dois deputados participavam da Comissão de Trabalho nesta quarta, e Eduardo Bolsonaro falava quando Marcon disse que a facada era falsa por falta de sangue. O filho do ex-presidente protestou e o ambiente ficou tenso.
- Eduardo perdeu o controle, levantou e foi na direção de Marcon. Os demais deputados se levantaram para evitar agressão.
- Eduardo xingou Marcon: “Vai se fuder seu viado. Seu puto!”. E ameaçou agredir o petista: “Te enfio a mão na cara e perco o mandato. Perco o mandato, mas com dignidade, coisa que você não tem. Filho da puta”.
- O deputado do PL estava muito irritado e começou a gritar xingamentos homofóbicos. A cena durou menos de um minuto e deixou os demais integrantes da comissão surpresos.
- Marcon disse que vai acionar a Comissão de Ética da Casa contra Eduardo. “Isso é ofensa parlamentar.” O petista pediu a degravação das falas do deputado do PL. Ao UOL afirmou que teve medo porque Eduardo “sempre está armado”.
- Eduardo Bolsonaro deixou a sessão depois de terminada a confusão. Ele falou que ia se acalmar em outro lugar.
Relembre o caso
- Bolsonaro sofreu um atentado durante uma agenda de campanha em Juiz de Fora, em 6 de setembro de 2018. O autor da facada foi Adélio Bispo de Oliveira, que foi preso em flagrante e confessou o crime.
- Dois inquéritos da Polícia Federal já apontaram que Adélio agiu sozinho e que sofre de transtorno delirante persistente, o que impede que ele responda pelo crime. Ele está preso há cinco anos no presídio federal de Campo Grande
- Quando era presidente, Bolsonaro se queixou publicamente em várias vezes sobre a investigação. No início do ano passado, a PF abriu uma terceira investigação sobre o caso.
- Essa apuração em andamento cita uma possível relação da facção criminosa PCC com pagamentos para a defesa de Adélio, segundo revelou hoje a Folha de S.Paulo.
- A apuração reiniciada no ano passado contraria conclusões anteriores e aventa uma tese considerada inconsistente pela atual direção da PF, que vê fragilidades nos indícios citados.