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Golpistas criam falsos perfis de conteúdo adulto nas redes sociais e roubam dados bancários de quem acessa essas páginas

Criminosos estão pegando fotos de mulheres nas redes, sem a autorização, para criar os falsos perfis. Especialista diz que crimes na internet sempre deixam rastros.

Criminosos estão roubando fotos de perfis de uma rede social para vender falso conteúdo adulto. As quadrilhas se passam por mulheres que sequer vendem esse tipo de material e começam a seguir todos os conhecidos delas. Um grande constrangimento para as vítimas. E quem compra o material tem os dados bancários roubados ou recebe material pornográfico de outras pessoas.

A estudante Ana Beatriz Pereira disse que, primeiro, ficou indignada ao ver as fotos usadas sem autorização. Depois, veio o constrangimento de ter que explicar aos amigos que tudo é uma mentira.

“Eu me senti muito invadida, para falar a verdade. Fiquei me sentindo triste, vulnerável e sem poder fazer nada para poder me proteger dessa situação. Porque querendo ou não as minhas fotos do Instagram estavam ali para todo mundo ver. E essa pessoa usou para outro lado, levou para outro lado, para um cunho sexual que eu nunca indiquei no meu Instagram, assim”, disse a estudante.

Foi Victor Cardoso, o namorado de Ana Beatriz que viu o perfil falso na rede social. Ele alertou.

“Eu espero que precauções sejam tomadas, sejam tomadas atitudes, que essa quadrilha seja encontrada também”, disse Victor.

Uma semana depois de denunciar a página falsa à rede social, o perfil continua no ar. Ana Beatriz foi à delegacia com a família para registrar o caso. E na delegacia encontrou outras vítimas fazendo o boletim de ocorrência.

“Chegando lá, foi que eu percebi o tamanho da proporção que isso tomou, porque tinham outras meninas com o mesmo problema. Os policiais já não estavam mais sabendo onde enfiar tanta informação. E não parava de chegar menina lá”, contou Ana Beatriz.

O golpe funciona da seguinte forma: os criminosos copiam fotos e informações de mulheres nas redes sociais e criam um novo perfil. Na descrição, dizem que a conta é para divulgar vídeos íntimos e indicam um link de um site onde estaria o material, que na verdade, não existe.

Para acessar, a página exige pagamento em dólar. E em outros casos, quando o site é gratuito, o criminoso consegue acessar os dados de quem clica no link.

O especialista em crimes virtuais Luiz Augusto D’Urso diz que são os homens os grandes consumidores desse tipo de material.

“O grande consumidor desse tipo de conteúdo pago são homens e, por isso, os criminosos criam perfis de mulheres. Quando se passa por essa pessoa e ela descobre que estão se passando por ela, a vítima deve procurar a polícia, lavrar o boletim de ocorrência até para ter um documento comprovando que não é ela se comunicando, muitas vezes até aplicando golpes, fraudes, em usuários. A segunda coisa é usar as próprias redes sociais para alertar que tem alguém se passando por aquela vítima”, disse o especialista.

A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática confirma que está investigando o caso, que tenta descobrir quem usa as fotos para criar perfis falsos na internet.

Especialistas explicam que nesse caso o golpista comete dois crimes: falsa identidade e estelionato.

O RJ1 conversou com outras mulheres vítimas da mesma fraude, criada nas redes sociais. A influencer Bruna Mallet também procurou a polícia para denunciar uma página falsa.

“Foi uma situação muito constrangedora saber que tão facilmente pegaram as minhas fotos e fizeram um perfil de conteúdo adulto. Eles me bloquearam, bloquearam minha mãe, e foram seguir vários familiares meus, conhecidos, conhecidos dos meus pais”, disse Bruna.

Yasmin Curzi, pesquisadora do Centro de Tecnologia da Fundação Getúlio Vargas, diz que é importante denunciar. Porque tudo na internet deixar rastros.

“Internet não é terra de ninguém. A gente tem, as polícias têm a capacidade de investigar, de descobrir quem são as pessoas por trás desses perfis falsos. É possível se chegar às pessoas que estão criando esse conteúdo, que estão fazendo esse tipo de atividade que é ilícita e responsabilizar essas pessoas criminalmente e civilmente”, afirmou Yasmin.

A Polícia Civil afirmou que a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática disse que está investigando o caso.

A Meta, responsável pelo Instagram, disse que recomenda sempre que as pessoas denunciem qualquer atividade suspeita na plataforma. E que o perfil denunciado não vai ter acesso a quem fez a reclamação.

A Meta não se pronunciou sobre a demora em retirar os perfis golpistas do ar, mesmo depois de várias denúncias.

 

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