O diretor da rede Globo Dennis Carvalho está internado com uma infecção generalizada no hospital Copa Star, localizado no Rio de Janeiro. O estado de saúde do artista é considerado grave.
Segundo o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, o ator se encontra com um quadro de septicemia, também conhecido como “sepse” ou “sépsis”.
A doença é desencadeada após uma resposta inflamatória sistêmica, geralmente causadas por bactérias que infectam a corrente sanguínea. Entre os principais sintomas estão febre alta, baixa produção de urina, confusão mental, além de respiração e ritmo cardíaco alterados.
Como o sistema de defesa do organismo libera mediadores químicos que espelham a inflamação, o paciente pode sofrer de disfunções ou falência de múltiplos órgãos por falta de oxigênio nas células e tecidos.
Dennis Carvalho era um dos principais nomes de direção de novelas da rede Globo, mas teve seu contrato encerrado em setembro após ser colocado na “geladeira” há algum tempo. Ele entrou nos cortes promovidos pela emissora como forma de reduzir o orçamento. A proposta é manter contratos somente com quem possui planos a longo prazo nos canais da Globo ou na plataforma Globoplay.
O primeiro contato de Dennis com a televisão aconteceu aos 11 anos de idade, quando ele participou de um teste para entrar no elenco da novela “Oliver Twist” (1955), da extinta TV Paulista. A partir daí, fez inúmeros teleteatros e foi crescendo como ator nas novela da TV Tupi.
Contratado da rede Globo desde 1975, ele teve sua primeira aparição no canal censurada. Carvalho deveria participar da primeira versão da novela “Roque Santeiro” (1964), que foi proibida e não passou dos primeiros ensaios durante a Ditadura Militar.
Mas ele logo se destacou em participações no elenco da série “Malu Mulher” (1979) e em novelas que marcaram época, como “Pecado Capital” (1975), “Locomotivas” (1977), “Te Contei” (1978), “Feijão Maravilha” (1979), “Brilhante” (1981), em que interpretou Inácio, o primeiro possível protagonista gay da Globo – a ditadura proibiu o uso da palavra gay – , além da versão definitiva de “Roque Santeiro” (1985), “Brega e Chique” (1987) e muitas outras.
A estreia de Carvalho como diretor da Globo foi na trama das sete “Sem Lenço, Sem Documento” (1977) e continuou ininterruptamente até meados de 2018, com a direção da novela “Segundo Sol” (2018), seu último trabalho. Nessa trajetória, comandou grandes clássicos da teledramaturgia brasileira, como “Roda de Fogo” (1986), “Vale Tudo” (1988), “O Dono do Mundo” (1991), “Fera Ferida” (1994), “Celebridade” (2003), “Paraíso Tropical” (2007), “Lado a Lado” (2012), etc.
Carvalho foi um parceiro de longa data do falecido autor Gilberto Braga (1945-2021) e, juntos, conduziram “Dancin’ Days” (1978), “Paraíso Tropical” (2007), “Insensato Coração” (2011), entre outros. Graças a essa parceria, aceitou o arriscado papel de Inácio em “Brilhante”, que na época poderia acabar com sua carreira de galã.
Como ator, foram 28 novelas, além de 9 filmes e uma participação histórica na peça teatral “Hair” (1970). Além disso, Carvalho encarou a direção de mais de 40 produções divididas entre novelas, minisséries e programas especiais.
Para completar, o artista também trabalhou como dublador. Sua voz é lembrada até hoje nas reprises de clássicos televisivos. Como dublador, Carvalho deu vida a Roger “Race” Bannon da animação “Jonny Quest”, ao cabo Rusty da série “Rin Tin Tin”, o Jerry de “O Túnel do Tempo” e até o Capitão Kirk de “Jornada nas Estrelas”.
Dennis Carvalho foi casado seis vezes – com a professora de educação física Maria Tereza Schimidt e as atrizes Christiane Torloni, Monique Alves, Tássia Camargo, Ângela Figueiredo e Deborah Evelyn – e é pai dos gêmeos Leonardo Carvalho (ator) e Guilherme (já falecido), e das meninas Tainá e Luíza.
Fonte: terra.com.br
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