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BC mantém juros a 13,75% em última reunião do Copom antes das eleições

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) decidiu hoje, por unanimidade, manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 13,75%, mesmo valor fixado nos últimos dois encontros, em agosto e setembro. Essa é a última reunião antes do segundo turno das eleições, realizado neste domingo (30).

A atual taxa é a maior desde o reajuste estabelecido de dezembro de 2016 até 11 de janeiro de 2017, quando também estava em 13,75%. A última vez em que a Selic teve um valor mais alto do que esse foi no ciclo de 19 de outubro de 2016 até 30 de novembro de 2016, quando o índice foi a 14% ao ano.

Para a decisão de hoje, o Copom notou a queda recente “nos itens voláteis e afetados por medidas tributárias”, mas ressaltou que inflação ao consumidor segue elevada. Dentre os fatores de risco, foram destacadas as pressões inflacionárias ao redor do mundo, desaceleração de atividade econômica global superior ao esperado e “manutenção dos cortes de impostos projetados para serem revertidos em 2023”.

O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e de 2024. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego

Também no mês passado, o BC indicou a manutenção da Selic por “período suficientemente prolongado” para alcançar a convergência da inflação para a meta, mas alertou que, caso a desinflação não ocorra como o esperado, pode voltar a subir os juros.

Depois, os membros do Copom sinalizaram que o BC estava confortável com o cenário que a Focus exibe para a Selic. “Usando a curva do Focus com corte em junho, mostramos que a gente atinge nossos objetivos”, disse o presidente do banco, Roberto Campos Neto, na coletiva do Relatório Trimestral de Inflação, em referência à convergência para a meta em 2024.

Hoje, o comitê publicou que “se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”.

Para 2022, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior é 5%. Os analistas de mercado consideram que o teto da meta será estourado pelo segundo ano consecutivo.

Em setembro, se encerrou a maior alta consecutiva neste ciclo de aperto monetário, que já é o mais longo da história do Copom. O movimento começou em março de 2021, quando a taxa foi de 2% para 2,75% ao ano. Desde então, o índice havia subido 11,75 pontos percentuais, no maior choque de juros desde 1999 —na época, o BC elevou a Selic em 20 pontos percentuais de uma só vez para tentar aliviar a crise cambial.

Selic nas últimas dez reuniões

  • 26 de outubro de 2022: 13,75% ao ano
  • 21 de setembro de 2022: 13,75% ao ano
  • 03 de agosto de 2022: 13,75% ao ano
  • 15 de junho de 2022: 13,25% ao ano
  • 04 de maio de 2022: 12,75% ao ano
  • 16 de março de 2022: 11,75% ao ano
  • 02 de fevereiro de 2022: 10,75% ao ano
  • 08 de dezembro de 2021: 9,25% ao ano
  • 27 de outubro de 2021: 7,75% ao ano
  • 22 de setembro de 2021: 6,25% ao ano

 

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