A Marinha enviou nesta segunda-feira (6) uma equipe de buscas para procurar pelo indigenista Bruno Araújo Pereira, servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional do Índio), e pelo jornalista britânico Dom Phillips, correspondente do jornal britânico The Guardian, desaparecidos desde a manhã deste domingo (5) no Vale do Javari, na Amazônia (AM).
A equipe de busca e salvamento formada por militares da Capitania Fluvial de Tabatinga (AM), do 9º Distrito Naval, já está na região do desaparecimento, segundo informou a Marinha.
O governo do Amazonas anunciou também que montou uma força-tarefa para apoiar as buscas. Segundo a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), Bruno vinha sendo alvo de ameaças de garimpeiros, madeireiros e pescadores.
O MPF (Ministério Público Federal), que abriu investigação do caso, disse ter notificado a Marinha para tentar localizar o paradeiro deles. O órgão informou ainda ter acionado Polícia Federal, Polícia Civil, Força Nacional e Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari.
De acordo com o MPF, as buscas ficarão sob responsabilidade do Comando de Operações Navais da Marinha. “O MPF seguirá mobilizando as forças para assegurar a atuação integrada e articulada das autoridades, visando solucionar o caso o mais rápido possível’, informou, em um dos trechos da nota enviada à reportagem.
No Twitter, o Ministério da Justiça e Segurança Pública disse atuar junto da Marinha para encontrar Pereira e Philips.
Bruno é pai de três filhos. Dois deles com a antropóloga Beatriz de Almeida Matos, companheira do indigenista. “Ele precisa voltar para casa”, disse à Folha de S.Paulo. “Eu conheço bem a região, sei que podem acontecer vários acidentes. Mas estou apreensiva por causa das ameaças que ele sofria”, afirmou a antropóloga, que também atuou com povos indígenas.
Em carta reproduzida pelo jornal O Globo, pescadores prometeram “acertar contas” com o indigenista. Fabio Ribeiro, coordenador-executivo do OPI (Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato), confirmou que as buscas estão sendo priorizadas.
“Aquela região tem questões envolvendo o narcotráfico, a atividade de madeireira, de pesca ilegal e garimpo. E a organização indígena está nesse enfrentamento contra a invasão das terras”, relatou.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o desaparecimento “expõe a fragilidade das ações de fiscalização e segurança na Amazônia”. Um levantamento do fórum aponta crescimento de 9,2% na violência letal entre 2018 e 2020 em cidades de Floresta na região Norte do país.
“Pereira e Phillips navegavam em uma área que hoje é palco de disputa entre facções criminosas que se destacam pela sobreposição de crimes ambientais, que vão do desmatamento e garimpo ilegal a ações relacionadas ao tráfico de drogas e de armas, por meio do forte controle de rotas fluviais, terrestres e aéreas da região”, diz o Fórum em nota.
A Marinha enviou hoje à tarde uma equipe de buscas para procurar pelo indigenista Bruno Araújo Pereira, servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional do Índio), e pelo jornalista britânico Dom Phillips, correspondente do jornal britânico The Guardian, desaparecidos desde a manhã deste domingo (5) no Vale do Javari, na Amazônia (AM).
A equipe de busca e salvamento formada por militares da Capitania Fluvial de Tabatinga (AM), do 9º Distrito Naval, já está na região do desaparecimento, segundo informou a Marinha.
O governo do Amazonas anunciou também que montou uma força-tarefa para apoiar as buscas. Segundo a Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), Bruno vinha sendo alvo de ameaças de garimpeiros, madeireiros e pescadores.
O MPF (Ministério Público Federal), que abriu investigação do caso, disse ter notificado a Marinha para tentar localizar o paradeiro deles. O órgão informou ainda ter acionado Polícia Federal, Polícia Civil, Força Nacional e Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari.
De acordo com o MPF, as buscas ficarão sob responsabilidade do Comando de Operações Navais da Marinha. “O MPF seguirá mobilizando as forças para assegurar a atuação integrada e articulada das autoridades, visando solucionar o caso o mais rápido possível’, informou, em um dos trechos da nota enviada à reportagem.
No Twitter, o Ministério da Justiça e Segurança Pública disse atuar junto da Marinha para encontrar Pereira e Philips.
Bruno é pai de três filhos. Dois deles com a antropóloga Beatriz de Almeida Matos, companheira do indigenista. “Ele precisa voltar para casa”, disse à Folha de S.Paulo. “Eu conheço bem a região, sei que podem acontecer vários acidentes. Mas estou apreensiva por causa das ameaças que ele sofria”, afirmou a antropóloga, que também atuou com povos indígenas.
Em carta reproduzida pelo jornal O Globo, pescadores prometeram “acertar contas” com o indigenista. Fabio Ribeiro, coordenador-executivo do OPI (Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato), confirmou que as buscas estão sendo priorizadas.
“Aquela região tem questões envolvendo o narcotráfico, a atividade de madeireira, de pesca ilegal e garimpo. E a organização indígena está nesse enfrentamento contra a invasão das terras”, relatou.
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o desaparecimento “expõe a fragilidade das ações de fiscalização e segurança na Amazônia”. Um levantamento do fórum aponta crescimento de 9,2% na violência letal entre 2018 e 2020 em cidades de Floresta na região Norte do país.
“Pereira e Phillips navegavam em uma área que hoje é palco de disputa entre facções criminosas que se destacam pela sobreposição de crimes ambientais, que vão do desmatamento e garimpo ilegal a ações relacionadas ao tráfico de drogas e de armas, por meio do forte controle de rotas fluviais, terrestres e aéreas da região”, diz o Fórum em nota.
Bruno Pereira e Dom Phillips foram vistos pela última vez por volta das 7h de ontem em um barco após saírem da comunidade Ribeirinha São Rafael, segundo nota em conjunto entre Univaja e OPI.
Fonte: Folhapress