O ativista indígena Aílton Krenak elogiou a iniciativa do Sesc no Piauí em promover um espaço de debate sobre os povos originários. Ele veio a Teresina para participar do projeto Eu,Oca – que o Sesc realiza de 20 a 26 de maio, no Sesc Cultural. Krenak debaterá sobre filmes com a temática povos indígenas, nesta sexta (20) e sábado (21).
Segundo ele, debater a temática indígena é fundamental e necessária. Considerou importante a iniciativa do Sesc em promover para discussão da temática dos povos originários. “As mostras e exposições que estão se abrindo, os filmes e discussões com a participação de pessoas indígenas de outras etnias abre um novo ciclo de aproximação com os piauienses”, destaca Krenak.
Nesta sexta-feira pela manhã, o ativista indígena concedeu entrevista aos veículos de comunicação do Piauí. A vinda de Krenak é importante porque ele estava afastado de eventos presenciais por conta da pandemia.
Autor de “Ideias para adiar o fim do mundo” , Aílton Krenak, falou sobre a necessidade de preservação dos recursos naturais, a manutenção dos rios, poluição do meio ambiente. Também falou sobre a expectativa dos povos indígenas sobre o futuro.
Encerrou a entrevista coletiva registrando fotos com os jornalistas e autografando livros, apesar de ter escrito cinco obras não se considera um escritor.
Ontem ele visitou o Pólo Cerâmico do Poty Velho, em Teresina. Conversou com artesãs e elogiou o artesanato piauiense. Em seguida, coordenou uma vivência com a equipe de colaboradores que vai atuar durante o projeto.
Sobre Aílton Krenak
Aílton Krenak é escritor da região do médio Rio Doce, Minas Gerais, e ativista indígena dos direitos humanos. Sua atuação tem sido fundamental para a luta pelos direitos indígenas e a criação de iniciativas para a União das Nações Indígenas e a Aliança dos Povos da Floresta.
Fundou em 1988 a União das Nações Indígenas e, em 1989, o Movimento Aliança dos Povos da Floresta. Dirige o Núcleo de Cultura Indígena (RESERVA INDÍGENA KRENAK, médio Rio Doce, MG).
Em 2016, recebeu o título de Professor Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde leciona as disciplinas “Cultura e História dos Povos Indígenas” e “Artes e Ofícios dos Saberes Tradicionais”, no curso de especialização.
Roteirista e apresentador das séries de TV: Índios no Brasil (1998/99, MEC – Video nas Aldeias); série TARU ANDÉ – o Encontro do Céu com a Terra (canal Futura, 2007). Apresentador da série FRONTEIRAS FLUÍDAS (NOCTUA-ANCINE, 2018).
Recebeu diversos prêmios, destacando-se o Prêmio Internacional de Direitos Humanos para a América Latina e Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cultural do Brasil.
É autor das obras: “Ideias para adiar o fim do mundo” (2019), “O amanhã não está à venda” (2020), “A vida não é útil” (2020) e “Encontros – Ailton Krenak” (2015).
Na semana passada, Aílton Krenak recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Brasília (UnB), é o primeiro indígena a receber o título pela universidade.
Fonte: Ascom