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Putin intensifica ataques a Kiev e proíbe Boris Johnson de entrar na Rússia

A Rússia intensificou neste sábado (16) os ataques aos arredores de Kiev, capital da Ucrânia. Também foram registrados ataques na região de Lviv, perto da fronteira com a Polônia. No 52º dia de guerra, o Kremlin também anunciou que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, está proibido de entrar em território russo.

De acordo com o prefeito de Kiev, Vitaliy Klitschko, ao menos uma pessoa foi morta nas explosões mais recentes no distrito de Darnytskyi. Ele também fala em feridos, que ainda estão sendo contabilizados e atendidos em um hospital da região. Os ataques russos a Kiev têm sido raros desde o final de março, quando as tropas saíram da capital para se concentrar no leste ucraniano.

O Ministério de Defesa da Rússia afirma que utilizou armas de longo alcance e alta precisão para atacar um prédio militar no distrito. De acordo com os russos, o local era uma oficina para equipamentos militares.

Ontem, os russos haviam prometido aumentar os ataques na região após o bombardeio a uma vila russa e o naufrágio do navio Moskva, símbolo da frota russa no Mar Negro.

“O número e a magnitude dos ataques com mísseis em locais de Kiev aumentarão em resposta a todos os ataques e sabotagens do tipo terrorista realizados em território russo pelo regime nacionalista de Kiev”, disse ontem o Ministério da Defesa da Rússia.

Johnson proibido de entrar na Rússia
O Kremlin anunciou hoje que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e outros políticos do Reino Unido estão proibidos de entrar na Rússia. A decisão foi tomada após as sanções impostas por Londres a Moscou devido à guerra.

“Esta medida foi decidida em resposta à campanha midiática e política desenfreada que visa a isolar internacionalmente a Rússia e criar condições propícias para parar nosso país e estrangular a economia nacional”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores russo em um comunicado.

Além de Johnson, estão barradas as seguintes autoridades britânicas: o vice-primeiro-ministro, Dominic Raab; a ministra de Relações Exteriores, Liz Truss; o ministro da Defesa, Ben Wallace; a ex-premiê Theresa May, além da primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia diz que essa lista irá aumentar futuramente, “para incluir políticos e parlamentares britânicos que contribuem para estimular a ‘histeria anti-Rússia'”.

Ataques em Luhansk, Lviv e Kharkiv
Também hoje, a Ucrânia registrou ataques na região de Lviv. De acordo com o país, a Rússia disparou quatro mísseis de aviões que decolararam da Bielorrúsia —os mísseis teriam sido abatidos por mísseis antiaéreos, de acordo com as Forças Armadas da Ucrânia.

Em comunicado, a Ucrânia agradeceu ironicamente ao país vizinho pelo suporte à Rússia.

“Obrigado à Bielorrússia por ajudar a entregar os presentes mortais dos russos”, disse o Comando Aéreo Oeste.

Em Kharkiv, ao menos uma pessoa foi morta e 18 ficaram feridas, de acordo o chefe da Administração Militar Regional do Estado de Kharkiv, Oleh Synehubov. Segundo ele, o ataque foi em um dos distritos centrais da região e os ataques estão mais intensos em áreas residenciais.

Em Luhansk, uma pessoa foi morta após bombardeios. Na mesma região, a refinaria de Lysychansk foi atacada, segundo o chefe da administração estatal regional, Serhiy Haidai. Ele avalia que Lysychansk está “na fase quente”, ou seja, no foco dos russos.

Acusações e medo de ataque nuclear
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a ofensiva contra Kiev e os últimos passos da Rússia na guerra devem acender o alertar e preocupar “o mundo inteiro” sobre o risco de uso de arma nuclear.

Zelensky fez coro à declaração do diretor da CIA, William Burns, que disse esta semana que ninguém deve “subestimar a ameaça nuclear” da Rússia.

O que dizem EUA, Rússia e Ucrânia sobre naufrágio
Na quinta (14), a Rússia sofreu uma importante baixa: o naufrágio do navio Moskva, no Mar Negro. O navio era estratégico para a conquista de portos ucranianos, como o de Mariupol, no mar de Azov.

A Rússia nega que tenha sido uma baixa causada por ataques ucranianos e sustenta que o Moskva foi danificado pelo fogo após a explosão de sua própria munição. Os russos afirmam que a tripulação, de aproximadamente 500 pessoas, foi evacuada.

“Durante o reboque do navio Moskva até o porto de destino, o navio perdeu estabilidade por causa dos danos no casco [provocados] pelo incêndio após a explosão de munições”, declarou o Ministério da Defesa russo, citado pela agência estatal TASS.

Já a Ucrânia assume a autoria de um ataque. De acordo com autoridades ucranianas, o Moskva foi atingido por um míssil que “causou danos significativos”, culminando no naufrágio.

O Comando Militar do Sul da Ucrânia afirmou também que os navios de resgate da tripulação foram afetados pelas explosões e que uma tempestade impediu a evacuação da tripulação.

Os EUA corroboram a versão ucraniana. De acordo com um funcionário do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, o navio afundou após ser atingido por dois mísseis. O funcionário classificou o ocorrido como um “duro golpe” para a Rússia.

Rússia contabiliza alvos da madrugada
A Rússia afirma que disparou mísseis contra 16 pontos diferentes na Ucrânia neste sábado.

Entre os locais que afirma ter atacado, estão Nikolaev, Poltava e Gusarovka, áreas de concentração de equipamentos militares ucranianos, de acordo com os russos.

O Kremlin também contabiliza a queda de um helicóptero dos militares da Ucrânia na cidade de Izium, na região de Kharkiv.

*(Com informações da RFI, Reuters e AFP)

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