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E o poeta chegou à Academia, viva sua poesia

Piauiense de Angical, 1943, o poeta Climério Ferreira foi eleito no dia 9 de abril do Ano da Graça do Senhor de 2022 para ocupar a cadeira de número 36 na Academia Piauiense de Letras, cujo antecessor imediato foi o escritor Assis Brasil (1929-2011). Climério está na estrada da poesia desde 1975, e lá se vão quarenta e sete anos, quinze livros e mais de cem letras de canções espargidas aos quatro cantos do Brasil por grandes nomes da Música Popular Brasileira. Como se sabe, nos anos setenta, Climério, juntamente com seus outros dois irmãos, Clodo e Clésio (já falecido), formaram um trio, o ‘São Piauí’, cujas canções são ainda hoje cultuadas.

Ao lançar dois livros em 2021, “Canções de Amor & Desespero” (Caravana Editorial, Belo Horizonte) e A Música Imóvel do Tempo (Fundação Quixote, Teresina), disse, ao falar de sua maneira de poetar: “Moro perto de ônibus, então vejo as coisas. Ou coisas que lembro, histórias, lembranças, outras poesias. Minha poesia é feitas destas coisas todas”.

E quando lhe perguntaram por que ele escrevia poemas de amor, Climério emendou abrindo um sorriso: “Acho que sempre precisamos de amor. É uma frase besta que qualquer um diria, então eu digo”, mas avisa que “alguns (poemas) não são de amor, reclamam das coisas, da tristeza. Não que eu mesmo propriamente me queixe”.

Nos últimos tempos a poesia de Climério passa antes pelo Face Book e só depois vai pousar nas páginas virginais de seus livros físicos. Essa rede social funciona como uma ‘vitrine poética’ para ele, pois seus leitores e leitoras respondem de pronto assim que o mestre dá o ‘publicar’. Foi, aliás, assim (através do Face Book) que a editora acenou para a possibilidade de publicar o livro, como de fato ocorreu.

Em suas redes sociais, o poeta, jornalista e professor aposentado angicalense possui seguidores devotados. Dentre esses, este que vos escreve e a jovem poeta Gerciane Lima, para quem “Climério consegue falar de coisas muito simples e profundas ao mesmo tempo. É incrível, porque passa a ideia de que fazer poesia é fácil, enquanto nós sabemos que não é nada disso”.

Não é mesmo, Gerciane. Mas o mestre ilusionista e agora, repitamos, membro da APL, maneja como ninguém seus versos e estrofes e está sempre a nos encantar enquanto, de lambuja, nos faz pensar sobre esse coisa enigmática chamada vida. Mas, afinal, quem é Climério Ferreira? Deixemos que o poeta fale de si mesmo:

LÍQUIDO & INCERTO

Caio em mim como uma cachoeira
Incrustada no meio do nada
Sou um fenômeno desnaturado
Um personagem inventado
Por mim mesmo num momento vão

Saio de mim como um rio intermitente
Sugado pela desertificação
Onde se dá a minha evaporação
E só retorno em chuva

Ernâni Getirana é professor, poeta e escritor. É autor, dentre outros livros, de “Debaixo da Figueira do Meu Avô”. Escreve às quintas-feiras para esta coluna.

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