Para um bom entendedor meia guerra basta. Já vamos para mais de três semanas desde o início da Guerra da Ucrânia, que não é ‘Guerra da Ucrânia’, mas guerra entre a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e Estados Unidos da América do Norte (e seu séquito de países europeus). Ou, em outras palavras, trata-se de uma guerra de reposicionamento da hegemonia mundial. Vale dizer: trata-se de um conflito que tem a Ucrânia como palco no qual se esboça a disputa para ver quem manda no mundo. E nesse ponto, já estamos falando do embate Estados Unidos/China. Por quê? Porque Rússia e China Irã, Iraque, etc. estão do mesmo lado nesse cabo de guerra.
Especialistas já são unânimes em afirmar que a ‘guerra da Ucrânia’ é a primeira que efetivamente acontece também no espaço cibernético via face book, twitter, whatsapp, dentre outros. Grosso modo é como se Biden (o Cawboy Bêbado), Putin (o Ditador) e Zelensky (o Palhaço), cada um, emitisse seus comunicados através de seus respectivos avatares e fossem imediatamente ovacionados por seus também respectivos exércitos de seguidores-zumbis.
Nesse campo, o ideológico, a grande imprensa ocidental transformou-se em uma grande ‘agência de propaganda’ pró Estados Unidos, enquanto a imprensa russa parece estar amordaçada. Qualquer análise, superficial que seja, nos mostra a complexidade do que ocorre na Ucrânia em todas as áreas da vida humana, social, cultural e, sobretudo, econômica em escala mundial. Para começo de conversa, podemos listar pelo menos vinte guerras ou conflitos armados iniciados ou fomentados pelo Tio Sam, mas que na ‘guerra da Ucrânia’ possa de mocinho.
No frigir dos ovos, quem paga mesmo o pato é o povo, seja ele o ucraniense ou o russo. Mas nós, que somos esperançosos, continuemos clamando por ele, pela paz.
Ernâni Getirana é professor, poeta, escritor, autor, dentre outros, do livro “Debaixo da Figueira do Meu Pai”. Escreve para essa coluna às quintas-feiras.