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Garimpeiros de Opala de Pedro II (Parte – 01)

Acordei às seis horas, após tomar café na casa de meu pai e tomar-lhe emprestado vinte reais para pôr gasolina na moto. Um mestrado acaba com todas as nossas economias. O café reforçado que tomara em casa há pouco, não me impediu de entornar mais uma xícara desse precioso líquido na casa de meu pai. Eu estava aceso.

Antes de dar partida na moto, coloquei o capacete (coisa que parece haver causado estranheza nas pessoas que por ali passavam), dei partida e fui abastecer a máquina. Levava uma mochila contendo papel, caneta, gravador de áudio e um celular, além de três maçãs e uma garrafa com água.

A Boi Morto é a segunda mina de opala mais antiga do mundo (só perdendo para uma mina na Austrália) e fica pertinho do centro da cidade de Pedro II, Piauí, a cerca de seis quilômetros). Agora estava pronto para a aventura, a primeira ida à Boi Morto como pesquisador.

Dali a uns dez minutos estava eu na bifurcação formada pela estradinha que vai dar na Escola Thomas Kempis e a que vai dar na Boi Morto, fiz duas fotos, uma delas a da placa de informação da localização da mina e a outra, com a devida permissão, de um rapaz que passava de bicicleta por ali.

Mais adiante passei por outros dois rapazes de bicicleta. Dei bom dia e recebi a saudação em dueto de volta. Quis saber se estavam indo para a Boi Morto. Sim, estavam. Meia hora depois, já na Boi Morto, viria a descobrir que os rapazes tinham ido trabalhar no lugar do pai, garimpeiro, que naquela semana estava impossibilitado do ir para a mina devido a uma doença. Durante a pesquisa eu viria a descobrir que uma tal ‘doença de garimpo’ acometia muito dos garimpeiros, mas não constava nada nos registros das internações. Depois voltarei a esse ponto.

Finalmente após alguns minutos pela estradinha carroçal surgiu à minha frente a guarita da Boi Morto. A estradinha simplesmente era cortada ao meio por um muro de pelo menos quatro metros de altura e uns dez de largura continuado de um lado e de outro por uma reforçada cerca de arame farpado com estacas de cimento a perder de vista mato a dentro.

Havia dois portões de madeira ripada. Um grande que dava para passar um automóvel (caminhão inclusive) . O maior trancado a cadeado, o que impedia a passagem de veículos de quatro rodas. O menor, apenas no ferrolho. Foi por este que passei empurrando a moto.
O guarda armado e que disparara contra uns garotos que andaram por ali pegando calango há umas semanas, não estava mais. O Ministério Público dera razão às comunidades circunvizinhas da Boi Morto e mandara os encarregados da mina retirar o guarda e liberar o portão menor. Antes de prosseguir pelo que seria a última etapa da viagem, fiz alguns registros fotográficos da redondeza.

Ernâni Getirana é professor, poeta e escritor e escreve nesta coluna às Quintas-feiras.

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