Diante da falta de vacina AstraZeneca nos postos da cidade de São Paulo, um novo imbróglio entre o governo de São Paulo e o Ministério da Saúde veio à tona, com troca de acusações e diferentes versões para o problema.
A prefeitura da capital paulista pediu ao governo estadual para receber novas remessas de doses. Mas o estado afirmou ter enviado a quantidade prevista, cobrando o Ministério da Saúde por mais doses e até ameaçando ir ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Desde o início da campanha de vacinação, em janeiro, o governo federal tem dito que as quantidades de doses prometidas podem mudar —tanto para mais como para menos—, porque dependem da entrega pelas fabricantes, que estão envasando doses para vários países do mundo.
O Brasil compra vacinas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), responsável pela AstraZeneca, do Instituto Butantan, que faz a CoronaVac, e da Pfizer.
Recentemente, a Fiocruz não recebeu as quantidades esperadas de novos lotes de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), vindos da China e necessários para fabricar a vacina da AstraZeneca. Isso teria prejudicado a previsão de envio do ministério aos estados.
Só que este não foi o argumento usado pelo Ministério da Saúde para justificar o desabastecimento. Em nota ao UOL, disse que “não deve segunda dose de vacina contra a covid-19 da AstraZeneca ao estado de São Paulo” e que foram utilizadas vacinas destinadas à segunda dose como se fossem para a primeira.
“Até o momento, foram entregues ao estado 12,4 milhões de dose 1 e 9,2 milhões de dose 2 da AstraZeneca. Os 2,8 milhões de doses não foram enviados porque o prazo de intervalo entre a primeira e segunda dose só se dará no final do mês. Dados inseridos por São Paulo no Localiza SUS mostram que o estado utilizou como primeira dose vacinas destinadas à dose dois. O estado aplicou 13,99 milhões de doses 1 e 6,67 milhões de dose 2”, disse a pasta.
“O ministério reitera que as alterações nas recomendações do Programa Nacional de Imunizações (PNI) acarretam na falta de doses para completar o esquema vacinal na população brasileira. Por isso, o Ministério da Saúde alerta mais uma vez para que estados e municípios sigam o Plano Nacional de Operacionalização”, afirmou.
Fonte: Folhapress