Milhares de manifestantes fecharam a avenida Paulista, em São Paulo, na tarde deste sábado (24) para protestar contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a favor da vacina contra covid-19.
Com menor adesão que a última manifestação contra o governo, há três semanas, a ato deste sábado na capital paulista foi marcado por forte presença de partidos de esquerda, centrais sindicais e movimentos sociais. Perto do fim do percurso, já na rua da Consolação, a Polícia Militar bloqueou a passagem e lançou bombas de gás contra os participantes. Vidraças de uma agência bancária e um ponto de ônibus foram quebrados. Apesar da confusão, não houve confronto direto entre manifestantes e policiais.
Segundo a Secretaria de Segurança, seis pessoas que estariam portando objetos como soco inglês e fogos de artifício foram encaminhadas à delegacia.
“Na rua da Consolação, durante a passagem dos manifestantes, foram registradas depredações em uma agência bancária, em um ponto de ônibus, e tentativas de vandalizar outros estabelecimentos, além do lançamento de objetos contra a tropa, que utilizou técnicas de controle de multidão para restabelecer a ordem no local. Não há registro de feridos”, disse o órgão por meio de nota.
Os organizadores da manifestação estimaram em 70 mil os participantes do ato neste sábado — em 3 de julho, a estimativa dos organizadores foi de 100 mil pessoas reunidas na avenida Paulista (para a Secretaria de Segurança Pública, o ato reuniu cerca de 5.500 participantes). Hoje o governo paulista ainda não divulgou estimativa de público.
Além de São Paulo, houve manifestação pedindo o impeachment de Bolsonaro em todos os estados (incluindo todas as capitais), além do Distrito Federal.
Aglomeração e políticos de oposição
Em São Paulo, embora os manifestantes tenham usado máscaras, houve muita aglomeração e os carros de som tiveram dificuldade de passar pela Paulista. A cor vermelha das bandeiras dos partidos políticos e os gritos “fora Bolsonaro” dominaram o protesto, com bandeiras e balões de partidos como PT, PCO, PSOL, PC do B e PSTU, e de entidades como CUT e UNE.
Os ex-candidatos à Presidência Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL) discursaram para os participantes do ato em carros de som. O vereador Eduardo Suplicy (PT-SP), de 80 anos, também esteve no local, em seu primeiro protesto desde o início da pandemia.
Suplicy criticou o comportamento de Bolsonaro que tem atacado e xingado senadores que integram a CPI da Covid.
Fonte: r7.com