O presidente do PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro), Levy Fidelix, morreu aos 69 anos na noite desta sexta-feira (23). A informação foi confirmada pelo partido na madrugada de hoje em uma postagem no Twitter.
A jornalista e cineasta Sandra Terena, que era próxima de Levy, informou que o político morreu de covid-19. O fundador do PRTB estava internado em um hospital particular de São Paulo desde março. A causa da morte não foi divulgada oficialmente.
No comunicado da morte de Levy, o PRTB lamentou o falecimento de seu fundador e lembrou do principal projeto do político, o Aerotrem. “Descanse em paz, homem do Aerotrem”.
Sandra Terena classificou Fidelix como pioneiro do conservadorismo no Brasil ao comentar em sua rede social sobre a morte do político. “Com tristeza, informo o falecimento de um pioneiro do conservadorismo no Brasil, Levy Fidelix por covid-19. O óbito foi confirmado às 20 horas desta sexta-feira (23). Que o Espírito Santo console a família “.
Além de político, Fidelix foi empresário, jornalista e publicitário. Na eleição de 2018, desistiu de concorrer à presidência para apoiar Jair Bolsonaro (sem partido) e emplacou o vice Hamilton Mourão (PRTB) na chapa que venceu a disputa.
A última das várias eleições que disputou foi para a prefeitura de São Paulo, em 2020. Na ocasião, disse que pretendia desapropriar a região da Cracolândia e criar “o maior shopping de tecnologia e eletrônicos da América Latina”.
Fidelix era casado com Aldinea Rodrigues Cruz e tinha uma filha, Lívia Fidelix.
Trajetória política
Fidelix começou sua carreira política em 1986, quando fundou o PL (Partido Liberal) e disputou as eleições para deputado federal por São Paulo. Antes, trabalhou como jornalista para os jornais “Correio da Manhã” e “Última Hora”.
Formado em Comunicação Social pela UFF (Universidade Federal Fluminense), ele também fundou três revistas e foi âncora de um programa sobre informática na TV Bandeirantes e no SBT.
Apesar dos mais de 30 anos na Política, Levy Fidelix nunca foi eleito para nenhum cargo, mesmo tendo concorrido em 14 pleitos no total. Ele recebeu votações irrisórias tanto em 1986, quando disputou para deputado federal pelo PL, quanto em 1989, quando mudou-se para o PTR (Partido Trabalhista Renovador) e concorreu ao mesmo cargo.
Entre 1992 e 1994, Fidelix fundou o PRTB para se candidatar à presidência da República, mas acabou com o registro barrado por conta da legislação eleitoral. Depois, concorreu à Prefeitura de São Paulo, em 1996, quando apresentou pela primeira vez a famosa proposta do Aerotrem —um trem de alta velocidade que, segundo ele, seria a solução para o problema de mobilidade urbana na capital.
Em 1998 e 2002, tentou ser governador de São Paulo, mas foi derrotado com menos de 1% dos votos válidos em ambas as ocasiões. O mesmo aconteceu em 2004, quando se candidatou a vereador na capital paulista, e em 2006, quando tentou o cargo de deputado federal.
Levy Fidelix participou da corrida presidencial nas eleições gerais de 2010 e 2014. Nesta última ficou conhecido por suas participações nos debates entre candidatos transmitidos pela TV, que, em vários momentos, renderam declarações polêmicas, principalmente falas de cunho homofóbico.
Em um debate na TV Record, Fidelix afirmou que “aparelho excretor não reproduz”. A fala provocou uma série de manifestações e um beijaço gay na avenida Paulista, em São Paulo. Em 2018, quando era pré-candidato à presidência da República, afirmou ter mudado de posicionamento em relação aos homossexuais.
A eleição de 2014 também foi o pleito em que teve sua votação mais expressiva, recebendo mais de 440 mil votos, o equivalente a 0,43% dos votos válidos.
Sua última participação em eleições foi em 2020, quando tentou a Prefeitura de São Paulo.
(*Com informações do Estadão Conteúdo)