Fernando Diniz não é mais técnico do São Paulo. Ele foi demitido pelo presidente Julio Casares em reunião na tarde desta segunda-feira (1º) um dia após a derrota por 2 a 1 para o Atlético-GO, ontem, em jogo válido pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. A saída se dá por causa da má fase da equipe, que, após ser eliminada na semifinal da Copa do Brasil, perdeu a liderança da principal competição nacional após seis rodadas sem vencer.
O executivo de futebol Raí também deixou o cargo após o encontro vespertino. Sua saída do departamento de futebol já estava determinada para o final do Campeonato Brasileiro, mas a crise vivida pelo time antecipou a mudança. O gaúcho Rui Costa, ex-Grêmio e Atlético-MG, vai assumir a função de gerente-executivo, trabalhando ao lado do coordenador Muricy Ramalho e do diretor estatutário Carlos Belmonte.
Restam cinco jogos para o São Paulo pelo Brasileirão 2020, e o assistente técnico Marcos Vizolli, ex-volante do time e ex-técnico das categorias de base, será o treinador interino. Vizolli foi promovido à comissão técnica do elenco profissional ao final de 2019, vindo do time sub-19, como auxiliar fixo do clube.
“[Gostaria de] Agradecer o trabalho desse bom profissional [Diniz]. Trabalhou com muita determinação. É uma notícia muito ruim de se dar. Ninguém pensa nisso, mas a vida é assim. Mas hoje estamos comunicando oficialmente o desligamento do Diniz. Temos de agradecer pela relação profissional e por ter prestado serviço importante ao São Paulo”, disse Casares, em entrevista coletiva horas depois do anúncio da saída de Diniz. “Vizolli vai trabalhar independente de prazo, não vou fixar prazo. A questão de mercado vai andar com os profissionais, mas a visão técnica é o que vai prevalecer nesse momento.”
Diniz deixa o cargo que ocupava desde setembro de 2019 por decisão da nova gestão são-paulina. O treinador era contratado na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) e, por isso, não tinha uma multa rescisória estipulada em seu acordo. Não havia também prazo contratual no vínculo empregatício do comandante.
A demissão de Fernando Diniz se dá após a queda de produção do São Paulo no Brasileiro 2020. O time chegou a liderar o torneio, com sete pontos de vantagem para o segundo colocado. Entretanto, a equipe está há seis jogos sem vencer — são dois empates e quatro derrotas — e deixou o topo da tabela após ser goleada por 5 a 1 para o Internacional em pleno Morumbi.
Fernando Diniz ficou à frente do São Paulo por 75 partidas. Ele era o segundo técnico há mais tempo no cargo entre os profissionais em atividade pela Série A nacional, atrás apenas de Renato Gaúcho, do Grêmio. No período, obteve 34 vitórias, 20 empates e 20 derrotas. A equipe marcou 117 gols e sofreu 86 com o técnico no comando. Sob a batuta do treinador, o time tem 54,67% de aproveitamento.
Sem o técnico, a diretoria vai à procura de outro nome para o cargo no mercado da bola. Rogério Ceni, hoje questionado no Flamengo, é um dos prediletos do departamento de futebol. Miguel Ángel Ramirez, que comandou o Independiente Del Valle, do Equador, também agrada à cúpula. Assim como Vagner Mancini, hoje no Corinthians e que trabalhou na comissão técnica são-paulina na temporada 2019.
Outros nomes são avaliados pela diretoria no mercado da bola. O São Paulo ainda tenta se manter entre os primeiros colocados do Brasileiro para assegurar uma vaga na próxima edição da Libertadores.
Fonte: Folhapress