Um ônibus de viagem com 40 passageiros caiu hoje de um viaduto conhecido como “Ponte Torta”, na BR-381, entre João Monlevade e Nova Era, no interior de Minas Gerais, e deixou 14 mortos e 26 feridos, de acordo com o Corpo de Bombeiros de MG. A empresa envolvida no acidente não tinha autorização da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para transportar passageiros.
A altura da queda foi de aproximadamente 15 metros, próximo ao entroncamento com a BR-262, sobre a linha da Estrada de Ferro Vitória a Minas, e também próximo ao rio Piracicaba.
Segundo os Bombeiros, 11 passageiros morreram no local e três outras vítimas vieram a óbito a caminho do Hospital Margarida, em João Monlevade, para onde todos os outros feridos foram encaminhados.
Duas crianças e um adulto que estavam no ônibus foram encaminhados ao Hospital João 23, em Belo Horizonte, a 117 km do local. Uma das crianças tem 10 anos de idade e chegou em estado grave. O hospital afirmou ao UOL que por volta das 18h ela foi encaminhada para avaliação médica.
Os bombeiros afirmam que as outras vítimas também se encontram em estado grave — elas tiveram traumatismo cranioencefálico e apresentam suspeita de pneumotórax (que é quando há ar entre camadas que revestem os pulmões). O João 23 é especializado em traumas.
Os três pacientes foram encaminhados por dois helicópteros Arcanjo, que apresentaram atraso na chegada por conta de uma forte chuva que acometeu a capital mineira na tarde de hoje.
Motorista pulou do ônibus antes da queda
De acordo com a PRF-MG (Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais), o ônibus do acidente tem placa de Mata Grande, em Alagoas; as autoridades investigam o itinerário e tentam localizar o motorista, que não consta entre as vítimas do acidente. O UOL apurou que o condutor pulou do veículo antes da queda, fugiu do local e ainda não se apresentou à polícia.
A reportagem tentou contato com a empresa de turismo responsável pelo ônibus por meio de dois números de telefone disponibilizados no site: um em São Paulo e outro em Alagoas. O primeiro deu linha ocupada, enquanto o último consta como inexistente.
A Polícia Civil de MG afirmou que a causa do acidente será investigada e que os corpos serão levados para o IML (Instituto Médico Legal) André Roquete, em BH.
Em nota, a ANTT afirmou que empresa do ônibus está cadastrada na agência e tem um Termo de Autorização para prestação de serviço regular concedido pela justiça, por liminar. No entanto, não tem autorização para o transporte de passageiros.
‘Rodovia da morte’
A BR 381 é conhecida como “rodovia da morte” pela quantidade de acidentes e mortes que ocorre na área.
“É uma das rodovias que apresenta maiores números de óbitos em toda análise do contexto brasileiro, até por ser muito utilizada por todos os estados. Essa rodovia apresenta trechos com pista simples e com pontes e curvas perigosas. Todo trajeto da pista tem postura perigosa dos motoristas e acaba gerando muitos acidentes”, explicou o porta-voz dos Bombeiros, Pedro Aihara, em entrevista à CNN.
Já o chefe da comunicação da PRF-MG, Aristides Júnior, disse que apesar da fama da rodovia, o local onde houve a queda do ônibus não fica em uma área com histórico de acidentes: “Não se trata de ocorrência que ocorre com grande frequência no local”, afirmou à Globonews.
Zema se solidariza com famílias de vítimas
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), declarou em rede social estar “estarrecido” com o ocorrido e afirmou que todo o aparato do Governo de Minas foi colocado à disposição das vítimas.
Fonte: Folhapress
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