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Witzel fala em ‘possível uso político’ do MPF e cita família Bolsonaro

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) fez um pronunciamento na manhã de hoje e se disse indignado com a determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em afastá-lo do cargo imediatamente devido a suspeitas de fraude em compras na área da saúde durante a pandemia do coronavírus. O governador chegou a citar “possível uso político” do Ministério Público.

“É uma busca e decepção. Não encontrou um real, uma joia. Simplesmente mais um circo sendo realizado, lamentavelmente a decisão do Sr. Benedito, induzido pela procuradora na pessoa da Dr. Lindora, está se especializado em perseguir governadores com investigações rasas, buscas e apreensão preocupantes. Eu e outros governadores estamos sendo vítimas do possível uso político da instituição”, afirmou.

O governador do Rio disse que a atual situação é uma questão política e citou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Bolsonaro já declarou que quer o Rio de Janeiro. Já me acusou de perseguir a família dele, mas diferentemente do que ele imagina, aqui a Polícia Civil, o Ministério Público é independente e eu me preocupo muito com essa questão política que vivenciamos hoje”, disse. […] “O presidente da República fez acusações contra mim extremamente graves e levianas. Acredita que vou ser candidato a presidente? O Brasil precisa de gente séria, de gente comprometida com um futuro melhor.”

Durante o pronunciamento, Witzel disse que desafia qualquer pessoa a mostrar qual foi o ato que ele praticou para prejudicar qualquer operação.

“Eu desafio quem quer que seja qual foi o ato que pratiquei para prejudicar as investigações. Eu afastei o secretário da Saúde, eu determinei auditoria em todos os contratos e a suspensão dos pagamentos”, disse.

Afastamento imediato
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou hoje o afastamento imediato de Witzel do cargo de governador do Rio de Janeiro devido a suspeitas de fraude em compras na área da saúde durante a pandemia do coronavírus. A decisão do ministro Benedito Gonçalves tem validade inicial de 180 dias. O vice-governador Cláudio Castro assume o cargo. Witzel também foi denunciado pela PGR (Procuradoria-geral da República).

Ao todo, a Polícia Federal cumpre hoje 16 mandados de prisão, sendo seis preventivas e 10 temporárias, e 82 de busca e apreensão no âmbito da operação que foi batizada de “Tris in Idem” e é desdobramento da Operação Placebo, que investiga corrupção em contratos públicos do Executivo fluminense.

Fonte: Folhapress
Foto: Wilton Júnior/Estadão Conteúdo

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