O cineasta Joel Schumacher, que ficou mais famoso por dirigir os filmes “Batman Eternamente” (1995) e “Batman & Robin” (1997), morreu hoje aos 80 anos. A Variety confirmou a notícia, sem citar a causa da morte.
O nova-iorquino, que começou carreira como figurinista e depois fez a transição para a direção, encontrou sucesso nos anos 1980, com filmes como “O Primeiro Ano do Resto das Nossas Vidas” (1985) e “Os Garotos Perdidos” (1987), clássico vampiresco teen com Corey Haim, Corey Feldman e Kiefer Sutherland.
Assinou ainda o suspense “Linha Mortal” (1990), refeito em 2017 como “Além da Morte”, e o thriller de ação “Um Dia de Fúria” (1993), com Michael Douglas como um homem aparentemente pacato que parte em uma violenta cruzada contra as falhas que vê na sociedade.
Também fez os dramas de tribunal “O Cliente” (1994) e “Tempo de Matar” (1996), inspirados por livros de John Grisham; os suspenses “Oito Milímetros” (1999), com Nicolas Cage, e “Por Um Fio” (2002), com Colin Farrell; o musical “O Fantasma da Ópera” (2004); e o terror “Número 23” (2007), com Jim Carrey.
Batman
Schumacher foi o escolhido pela Warner para dar continuidade à franquia do Homem-Morcego quando Tim Burton anunciou que não dirigiria um terceiro filme do personagem após “Batman” (1989) e “Batman: O Retorno” (1992).
Em “Batman Eternamente”, o nova-iorquino começou a levar a franquia a uma direção mais leve e menos sombria, destacando elementos cartunescos e cômicos do Batman (Val Kilmer) e dos vilões Duas Caras (Tommy Lee Jones) e Charada (Jim Carrey), em um estilo remanescente da série dos anos 1960.
Apesar de desagradar os críticos, “Eternamente” foi um sucesso de bilheteria, o que significou mais liberdade para Schumacher expandir sua visão em “Batman & Robin”. O filme, que contou com Arnold Schwarzenegger (Senhor Gelo) e Uma Thurman (Hera Venenosa) como vilões e George Clooney como Batman, não fez o mesmo sucesso.
Além dos elementos cômicos, os filmes de Schumacher, que era abertamente homossexual, são lembrados pelas insinuações homoeróticas — com os hoje infames mamilos nos trajes e closes nos bumbuns e virilhas de Clooney e Chris O’Donnell (Robin)
O próprio Clooney disse que interpretou o seu Batman como gay. “Pense bem. Eu estava em um traje de borracha. Eu tinha mamilos. Eu poderia tê-lo interpretado como hétero, mas não fiz isso. Eu fiz ele ser gay”, disse a Barbara Walters em entrevista de 2006.
Fim da carreira
Apesar das críticas duras ao seu trabalho em “Batman”, Schumacher continuou na ativa no cinema até 2011, quando assinou “Reféns”, thriller de sequestro estrelado por dois de seus amigos: Nicole Kidman (que atuou em “Eternamente”) e Nicolas Cage (de “Oito Milímetros”).
Na TV, ainda fez dois episódios da primeira temporada de “House of Cards”, primeira produção original importante da Netflix, em 2013.
Em entrevista de 2019, Schumacher refletiu sobre o desprezo crítico a muitas de suas obras, lembrando-se uma exposição dos artistas James McNeill Whistler e John Singer Sargent que visitou na Inglaterra.
“Os dois foram desprezados pelos críticos de arte, mas fizeram algo brilhante. Bem ao lado das obras, na parede, estavam cópias emolduradas dos reviews horríveis que eles receberam. Quem se lembra desses reviews?”, questionou.
Fonte: Folhapress
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