Trabalhadores de diversas categorias da saúde pública do Piauí (exceto médicos) decidiram em Assembleia Geral, nesta sexta-feira (19), decretar greve por tempo indeterminado nos hospitais do estado, a partir das 7h30 da próxima quinta-feira (25).
A assembleia foi realizada pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde Pública do Piauí (SINDESPI), juntamente com o Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos de Enfermagem do Piauí (SENATEPI), com participação do Sinfito, Sinttearpi, Crefito e Coren-PI, representando fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros e radiologistas que apoiam o movimento grevista.
Geane Sousa, presidente do Sindespi, explica que as categorias seguirão os trâmites legais com notificações e ofícios para que os hospitais façam escalas com apenas 30% dos trabalhadores.
“Vamos preparar documentação e comunicação do resultado da assembleia, seguir o prazo de 72 horas, e na quinta-feira a gente inicia o movimento grevista em frente ao Hospital Getúlio Vargas saindo em caminhada para a frente do Palácio de Karnak”, adianta Geane.
Os trabalhadores reclamam do não pagamento de insalubridade de 40% e da baixa qualidade dos Equipamentos de Proteção Individual fornecidos a eles. Alegam ainda que mais de mil profissionais de saúde já testaram positivo para a doença no Piauí, segundo o Conselho Estadual de Saúde.
“Sobre o Adicional de Insalubridade, o governo diz que paga 5, 10 e 20%, mas não é verdade. Nossa insalubridade está congelada desde 2007. O governo alega que não tem uma regulamentação e nós exigimos que se providencie, que regulamente a insalubridade dos servidores do Estado. Outra grande denúncia é o assédio que os servidores estão sofrendo nos hospitais. Não dá para esperar mais. Nós reconhecemos a dificuldade do momento com essa pandemia, mas o governo massacra o servidor há muito tempo, não dá mais para aguentar. Então todos os sindicatos estão unidos, pedindo respeito, valorização e equipamentos de proteção de qualidade e em quantidade adequada”, ressalta Geane Sousa.
Falta de transporte
A presidenta do SINDESPI ressalta ainda que os servidores estão sem transporte público, tendo que pagar para poder ir trabalhar.
“Os ônibus estão há mais de 30 dias parados, não tem transporte público. O governo não faz nada e os servidores estão tendo que pagar transporte particular, diminuindo ainda mais seus salários que já estão defasados. Praticamente estão pagando para trabalhar”, denuncia Geane Sousa.
Fonte: Sindespi