Talvez o maior nome da história do tênis profissional, Roger Federer uniu forças ao time de estrelas na campanha “Vencendo Juntos”. Com o pedido de Gustavo Kuerten, um dos embaixadores da iniciativa que visa arrecadar fundos para ajudar mais de 35 mil famílias brasileiras, o maior campeão de Grand Slams, com 20 conquistas, não hesitou ao ser convocado e pediu uma união de todos para que se possa passar pelo momento delicado da pandemia de Covid-19.
– Quando você me chamou eu disse: “Se o Guga liga, eu estou sempre aí para te ajudar”. Você sempre foi um dos meus jogadores favoritos. Você sempre foi um dos jogadores mais receptivos no circuito. Talvez você não se lembre porque você era legal com todo mundo, mas também era comigo. E eu acho que isso foi tão importante, quando eu estava chegando no circuito. Você era um dos caras que me faziam sentir bem-vindo. Então, obrigado Guga. É por isso que estou aqui e muito feliz em ajudar – disse Federer em conversa pela internet direto da Basileia, na Suíça, onde reside.
O tenista suíço, atual número 4 do mundo, tem sido uma das vozes mais ativas do esporte no combate ao coronavírus. Além de liderar um movimento para ajudar tenistas em situação vulnerável, Federer ainda fez doações para auxiliar na alimentação de famílias na África e pessoas passando por dificuldades na Suíça.
– Eu acho que o mais interessante desse momento é que estamos fazendo as coisas juntos. Normalmente, você tem um problema que é em um país ou até em um continente, em determinados lugares. Mas, agora é o mundo todo envolvido nesse problema da pandemia e do vírus. Eu acho que independente de você ser do Brasil ou Suíça, vamos compartilhar problemas similares. Eu espero que as pessoas do Brasil sejam afetadas o menos possível para passar por esse problema com o vírus. E também que todos possam, juntos, encontrar um jeito de passar por isso porque não é mesmo fácil (…) Eu espero que as pessoas no Brasil, mas também no mundo todo, estejam no seu melhor. Que saiam melhores dessa. Talvez seja o reinício que muitas pessoas no mundo podem ter – afirmou.
Federer teme volta do tênis com estádios vazios
O circuito internacional de tênis segue paralisado até o fim de julho, com a ideia de retorno para agosto, mas que pode ser novamente adiado de acordo com a situação da pandemia. Porém, para Roger Federer, seria um erro forçar para que as competições voltem, por exemplo, sem a possibilidade de presença do público. Para o suíço, apesar dos tenistas estarem acostumados a jogarem em silêncio, a torcida é fundamental para a emoção das partidas.
– Numa visão minha, eu não consigo ver um estádio vazio. Eu não consigo. Eu espero que isso não aconteça. Mesmo que na maioria das vezes que estamos treinando não tenha ninguém, esteja tudo quieto, em silêncio. Para nós, é claro, é possível jogar sem nenhum torcedor. Mas, por outro lado, eu realmente espero que o circuito possa voltar como é normalmente. Que a gente possa esperar o tempo apropriado para voltar no modo normal de novo. Ao menos com um terço do estádio ou ele cheio pela metade. Mas, para mim, completamente vazio ao jogar em grandes torneios é muito difícil – opinou Federer.
Apesar da rotina e de ter a possibilidade de treinar em casa, Federer confessou a Guga que não tem feito atividades relacionadas ao tênis e que só deve retomar os treinamentos quando estiver mais próximo de uma volta definitiva do circuito. No entanto, esse tempo com a família tem feito bem ao jogador suíço, que se sente mais motivado para o retorno às quadras.
– Nunca ficamos em casa mais do que cinco semanas desde minha última cirurgia em 2016. Esse é um ótimo momento para nós, como família, claro que às vezes deixamos uns aos outros malucos, como qualquer família (risos). Mas, honestamente, estamos saudáveis, nossos amigos e família não tiveram o vírus, o que é importante para a gente. E estamos indo bem apesar das circunstâncias (…) Eu não estou treinando no momento porque não vejo uma razão para isso para ser honesto. Eu estou feliz com meu corpo agora e ainda acredito que a volta do circuito está muito longe. E acho que é importante para minha cabeça nesse momento aproveitar essa parada depois de jogar tanto tênis. Eu não sinto tanto falta. Vou sentir, eventualmente, quando estiver próximo de voltar e tiver um objetivo pelo qual treinar. Eu vou estar super super motivado.
Fonte: globo.com
Foto: Ashley Vlotman/Gallo Images/Getty Images