Após decisão do Supremo, o presidente Jair Bolsonaro revogou na tarde desta quarta-feira (29) a nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal.
A desistência de nomear Ramagem para a diretoria-geral da PF foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. O mesmo documento torna sem efeito também a exoneração dele do cargo de presidente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que ocupava antes de ser escolhido para o novo posto.
Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes (STF) havia cancelado a nomeação de Ramagem para a diretoria-geral da PF, feita um dia antes pelo presidente. A posse de Ramagem estava marcada para a tarde desta quarta-feira (29), no Palácio do Planalto.
Após o revés no Supremo, auxiliares do campo jurídico de Bolsonaro passaram a estudar qual seria a melhor estratégia, levando em conta também aspectos políticos. O presidente, segundo relatos feitos à Folha, tentou insistir em sua indicação, mas foi informado por sua equipe de que reverter a decisão do STF seria quase impossível.
Foram lembrados casos recentes em que ex-presidentes tiveram algumas de suas nomeações barradas pela Corte, como por exemplo da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho, no governo de Michel Temer, e do ex-presidente Lula para a Casa Civil no governo de Dilma Rousseff.
Essa análise levou a uma desistência do novo de Ramagem e a AGU (Advocacia-Geral da União) decidiu não recorrer da decisão judicial.
O governo começa agora a avaliar novos nomes para o comando da PF e uma possibilidade aventada por uma ala é indicar o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. Outras possibilidades ainda estão em estudo.
FOnte: Folhapress