O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, compareceu à coletiva desta quarta-feira (15) da pasta para divulgar sobre atualizações a respeito da situação do coronavírus no Brasil. O titular da pasta iniciou a entrevista afirmando que o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, permanecerá no cargo mesmo após ter anunciado que deixaria o posto.
“Estamos aqui, eu, o Wanderson e o Gabbardo (João Gabbardo, secretário-executivo da pasta). E hoje não é diferente. Estamos aqui. Entramos no Ministério juntos, estamos no Ministério juntos e sairemos do Ministério juntos”, afirmou o ministro.
A presença de Mandetta na coletiva ocorre em meio a embates constantes com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o combate à pandemia e que colocam seu cargo em risco. Mais cedo, Oliveira pediu demissão. O secretário é apontado como braço direito de Mandetta dentro da pasta, e um dos defensores da adoção do isolamento social.
“Hoje teve ruído por causa do Wanderson, que ele falou que ia sair e isso chegou lá para mim e disse que não aceito. O Wanderson está aqui, acabou esse assunto e nós vamos trabalhar juntos até o momento de sairmos juntos do Ministério da Saúde. Por isso fiz questão de vir até aqui na coletiva de hoje”, acrescentou Mandetta.
Mais cedo, o Ministério da Saúde abriu espaço para que jornalistas enviassem perguntas. Mais tarde, assessoria do Planalto anunciou que a coletiva não seria mais aberta aos questionamentos da imprensa, se restringindo a “uma apresentação técnica do boletim da Saúde”.
No entanto, ao iniciar a apresentação de hoje, Mandetta deu a entender que responderá as perguntas feitas pelos jornalistas.
Secretário pediu para sair
Um dos homens de confiança do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Wanderson enviou uma carta a seus subordinados nesta manhã avisando que não ficaria mais no ministério e que o ministro havia informado a seus auxiliares que seria demitido até o final desta semana.
Na mensagem enviada aos colegas, Oliveira afirmou que “a gestão de Mandetta acabou” e que precisava se preparar “para sair junto”. Ele disse ainda que “só Deus para entender o que querem fazer”.
“Finalmente chegou o momento da despedida”, disse Oliveira na carta enviada aos colegas. “Ontem tive reunião com o ministro e sua saída está programada para as próximas horas ou dias. Infelizmente não temos como precisar o momento exato. Pode ser um anúncio respeitoso diretamente para ele ou pode ser um Twitter.”
Hoje pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro disse que resolverá “a questão da Saúde” para que seja possível “tocar o barco”. “Pessoal, estou fazendo a minha parte”, disse a apoiadores na frente do Palácio do Alvorada.
O próprio ministro já se despediu dos subordinados, segundo a Folha, e disse que aguarda apenas que Bolsonaro encontre um nome para substituí-lo.
Fonte: Folhapress
Foto: José Dias/PR