O governador de São Paulo, João Doria, anunciou nesta segunda-feira (6) a prorrogação da quarentena no estado por mais 15 dias. Nesse período somente os serviços essenciais, como supermercados e farmácias, podem funcionar normalmente. Para que o isolamento social seja mantido, ele disse que a Polícia Militar e a Guarda Civil poderão intervir para impedir a formação de aglomeração.
A quarentena, prevista para se encerrar amanhã (7), vai continuar até o dia 22 de abril. A medida vale para todos os 645 municípios do estado.
Em entrevista coletiva, Doria fez um discurso direcionado principalmente a todos os que defendem a volta ao trabalho. Citando o papa Francisco e o economista americano Joseph Stiglitz, e dando espaço para depoimentos de médicos, com todos defendendo a importância de salvar vidas primeiro, o governador criticou os que defendem o fim do isolamento neste momento.
“Aqueles que me pressionam para agir contra meus princípios [para acabar com o isolamento], vocês estão preparados para assinar os atestados de óbitos de brasileiros, a preparar os caixões? Vocês que defendem aglomerações e minimizam a crise vão enterrar as vítimas? O governo de São Paulo vai continuar agindo com base na ciência e na medicina”, afirmou. “Nós vamos proteger vidas. Nós vamos tratar de salvar vidas. Depois disso, vamos salvar a economia”, acrescentou.
Aglomeração
No primeiro momento da intervenção da PM e da Guarda Civil, Doria disse que a intenção é apenas dispersar as aglomerações. Em um segundo momento, o governador disse poderá intervir e decretar mais rigor das forças policiais. “A orientação é aumentar o rigor. Se houver necessidade de agregarmos mais medidas restritivas, não hesitaremos em fazê-lo”.
“A Polícia Militar de São Paulo está autorizada a agir para evitar aglomerações. Primeiro, com advertência, na orientação e dispersão das pessoas. A primeira medida é de orientação. Se não o fizerem [seguirem as determinações de ficar em casa], a segunda etapa será de medidas coercitivas, podendo penalizar essas pessoas com penas previstas em lei, inclusive com prisão”, explicou Doria.
A medida, segundo o governador, deve ser seguida à risca em todos os 645 municípios do estado. “Prefeitos e prefeitas, vocês terão o dever e a obrigação de seguirem, nas suas cidades, a orientação do governo de São Paulo. Isso é constitucional. Não é deliberação, que pode ou não ser seguida. Ela deve ser seguida”, alertou Doria.
O estado de São Paulo tem 4.620 casos confirmados de coronavírus, com 275 mortes. Há ainda 572 pacientes internados em unidades de terapia intensiva. Só na capital paulista são 3.612 dos casos confirmados.
Fonte: Agência Brasil